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A reforma trabalhista ocorrida em 2017 alterou significativamente diversas disposições da legislação. À época as mudanças já eram alvo de controvérsias, com parte do Congresso desfavorável às mudanças. Hoje, após 05 anos das alterações, os Deputados defendem a revisão das regras trabalhistas. 

 

Principais aspectos da reforma trabalhista

A reforma trabalhista modificou mais de 117 artigos da legislação, seja da CLT ou de outras leis do trabalho, com mudanças significativas para os empregados e empregadores. Dentre as principais mudanças se destacam: 

  • Prevalência de acordos coletivos
  • Não obrigação da contribuição sindical 
  • Alterações na jornada de trabalho
  • Possibilidade de parcelamento de férias 
  • Impossibilidade de grávidas ou lactantes trabalharem em ambientes de insalubridade de grau alto

Além das mudanças destacadas, de um modo geral, a reforma trouxe maior flexibilidade nas relações trabalhistas, com a possibilidade de contratos individuais e negociações das condições do trabalho diretamente com o empregador e um processo de contratação mais flexível. 

O chamado acordo individual de trabalho introduziu a possibilidade de um contrato individual entre empregado e empregador para negociação de jornada de trabalho, banco de horas, intervalos entre jornadas, adesão ao Programa de Seguro-Emprego, plano de carreira, regulamento empresarial, teletrabalho entre outros:

Art. 443.  O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.  

Foi a reforma trabalhista que permitiu acordos de jornada de trabalho flexibilizadas, ultrapassando o antigo limite diário de 10 horas de trabalho e criou os formatos de trabalho intermitente ou jornada parcial. 

 

Uma nova revisão das leis trabalhistas 

No Congresso alguns Deputados trazem a tona a discussão de uma nova reforma trabalhista, com a existência propostas que tanto buscam aumentar a flexibilização dos contratos de trabalho quanto aquelas que buscam restaurar o estado anterior das normas. 

Os Deputados Luana Tavares (PSD) e Daniel Munduruku (PDT), em entrevista concedida a Folha de S. Paulo, defendem a revisão das leis trabalhistas, cada um por um viés. 

Para a Deputada é necessária mais flexibilização nas normas com a diminuição da carga tributária para as empresas. Já o deputado Daniel defende uma maior proteção social através das leis trabalhistas. 

Atualmente são mais de 5 mil projetos Legislativos em tramitação na Câmara dos Deputados com os temas de Trabalho, Previdência e Assistência. 

Recentemente o Senado Federal aprovou novas regras trabalhistas para períodos de calamidade, com regras de férias antecipadas, teletrabalho e suspensão do recolhimento do FGTS. A proposta é um dos reflexos da pandemia do COVID-19 mas pode é aplicável a outros casos, como na ocorrência de enchentes e outros desastres naturais, para a manutenção do emprego e renda nesse período.

 

Ano eleitoral 

As eleições ocorridas neste ano, com alteração dos cargos políticos em âmbito federal, pode reanimar as discussões sobre o tema e trazer ao Congresso novas propostas para debate sobre o tema. 

Após cinco anos das mudanças a controvérsia persiste, não só entre os parlamentares mas também na sociedade, se as mudanças ocorridas na legislação ainda não foram suficientes para promover a flexibilização ou se as alterações deixam os trabalhadores brasileiros mais desprotegidos. 

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