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O Marco Legal da Primeira Infância, instituído pela Lei nº 13.257/2016, é um importante instrumento normativo que regula os direitos das crianças de zero a seis anos de idade. Apesar de ser pouco debatido, é fundamental para a estruturação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento infantil, influenciando diretamente as áreas da saúde, educação, assistência social e justiça.

Nesta análise, vamos explorar os principais dispositivos da Lei 13.257/2016, contextualizando seu impacto jurídico e social. Um conteúdo essencial para estudantes, concurseiros e operadores do Direito que buscam compreensão aprofundada de temas interdisciplinares.

O que é o Marco Legal da Primeira Infância?

O Marco Legal da Primeira Infância é um conjunto de diretrizes para a formulação e integração de políticas voltadas à primeira infância, abrangendo crianças de zero a seis anos. Ele estabelece que o melhor interesse da criança deve guiar toda a atuação do poder público.

Principais pontos da Lei 13.257/2016

1. Princípio do interesse superior da criança

A lei reforça que todas as decisões administrativas, judiciais e políticas devem considerar prioritariamente o melhor interesse da criança.

2. Atenção integral ao desenvolvimento infantil

O Marco Legal determina que o atendimento à criança deva ser integral e multidisciplinar, envolvendo educação, saúde, nutrição, proteção contra violências e estímulo ao vínculo familiar.

3. Licença-paternidade ampliada

A lei prevê a possibilidade de prorrogação da licença-paternidade por mais 15 dias, totalizando 20 dias, nos casos em que o empregador for aderente ao Programa Empresa Cidadã.

4. Planejamento urbano e mobilidade

Determina que o planejamento urbano deve incluir crianças pequenas como usuárias prioritárias dos espaços públicos, especialmente em questões de segurança e acessibilidade.

5. Capacitação de profissionais

Prevê a formação continuada de profissionais de diversas áreas que atuem com a primeira infância, como educadores, agentes de saúde, assistentes sociais e operadores do sistema de justiça.

6. Reforço às visitas domiciliares

Institucionaliza o modelo de visita domiciliar periódica, com foco em orientação às famílias, fortalecimento de vínculos e prevenção de situações de risco.

7. Atuação intersetorial

Promove a articulação entre os sistemas de saúde, educação, justiça e assistência social para garantir o desenvolvimento integral da criança.

8. Proteção em contextos de vulnerabilidade

Dá especial atenção às crianças em situação de rua, com deficiência, sob medida protetiva ou filhas de mães encarceradas, determinando medidas de assistência e acompanhamento adequados.

Marco Legal da Primeira Infância e o Sistema de Justiça

A lei inclui diretrizes para o sistema de justiça no trato com crianças pequenas:

    • Criação de espaços lúdicos em órgãos judiciais
    • Priorizacão de processos que envolvam direitos da primeira infância
    • Capacitação de juízes, promotores e defensores

Avanços e desafios na implementação

Apesar de avançada, a efetivação do Marco Legal da Primeira Infância enfrenta desafios:

      • Escassez de recursos para visitas domiciliares
      • Desigualdade na oferta de creches e serviços
      • Baixa integração intersetorial nos municípios

Entidades como a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) têm papel fundamental na difusão e aplicação da norma.

Importância jurídica do Marco Legal da Primeira Infância

A Lei 13.257/2016 reforça o artigo 227 da Constituição Federal, que define ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar às crianças, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação e à dignidade.

Ela dialoga diretamente com:

      • Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
      • Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)
      • Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990)

Conclusão

O Marco Legal da Primeira Infância é uma legislação transformadora que coloca as crianças pequenas no centro das políticas públicas. Para juristas, advogados, estudantes e concurseiros, seu estudo é essencial para compreender como o Direito pode fomentar um futuro mais justo e equitativo desde os primeiros anos de vida.

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Até a próxima!

Equipe JurisHand

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